Postado em 14/11/2014 15:45:33
O Pesquisador Doutor Hector Abel Palácios Cabrera do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), órgão vinculado a Agência Paulista dos Agronegócios e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, recebeu nesta última terça-feira (11/11/2014), uma homenagem no XVII Prêmio Automação oferecido pela GS1 Brasil - Associação Brasileira de Automação.
A GS1 é responsável pelo padrão global de identificação (Código de Barras e EPC/RFID) e comunicação (EDI e GDSN) de produtos e serviços na cadeia de suprimentos e realiza o evento desde 1998, cujo objetivo é homenagear empreendedores e entidades que fomentam projetos inovadores em processos automatizados do País.
A homenagem ao ITAL foi um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelo Centro de Ciência e Qualidade de Alimentos (CCQA) de disseminação de melhores práticas no monitoramento e rastreabilidade no setor de alimentos.
Segundo Nilson Gasconi, que atua na área de Negócios da GS1 Brasil, “o trabalho desenvolvido pelo ITAL é muito importante, porque a GS1 também trata de segurança de alimentos e o Instituto vem trabalhando muito forte com essa questão. E quando falamos de segurança do alimento, estamos falando de rastreabilidade, do produtor até o consumidor final, e isso é de suma importância para a GS1. Para isso, temos o GS1 128, que é uma etiqueta na qual colocamos dados variáveis como identificação do produto, data de fabricação e de validade e número do lote, com o objetivo de promover a rastreabilidade do alimento e para que em um cenário de crise, por exemplo, a empresa seja rápida para retirar esses produtos do mercado”.
Ao longo de 15 anos, o Pesquisador Hector Cabrera desenvolve estudos e projetos que visam divulgar a importância e apresentar aos profissionais que atuam no segmento de alimentos a realidade do Brasil com relação à rastreabilidade e monitoramento de alimentos. Além disso, juntamente com a Pesquisadora Doutora Neliane Ferraz de Arruda Silveira, o Pesquisador coordena no ITAL o Seminário Monitoramento e Rastreabilidade na Indústria de Alimentos, que é realizado anualmente e em 2015 irá para a sua sexta edição.
A visão do Pesquisador sobre a rastreabilidade em alimentos
O Dr. Hector explica que “a rastreabilidade é o ato da descrever um processo através de registros visando ter um histórico de todos os procedimentos e etapas de uma cadeia de produção”. Dentro desse processo, é necessário que haja ferramentas que possibilitem o monitoramento periódico, o que contribuirá para uma rastreabilidade mais eficiente. Outro aspecto que pode potencializar essa prática é a coleta de amostragens customizadas e representativas de cada etapa de processo. Os resultados quantitativos das análises contribuem para nortear e justificar os esforços do monitoramento. E ele complementa, “a quantidade de amostra não é mais importante que a representatividade da mesma dentro do processo como um todo”.
Esse instrumento é fundamental e gera diversos benefícios para a indústria, do ponto de vista da saúde pública, a empresa terá a segurança de que estará reduzindo riscos e fornecendo alimentos seguros aos consumidores, poderá ter o controle e rastrear os produtos nas etapas de armazenamento, transporte, distribuição, estocagem até chegar ao consumidor final. E ainda, ele garante que o produto que chegará ao mercado esteja íntegro, com boa apresentação e sem injurias.
Além disso, quando se pratica a rastreabilidade, o produtor tem a certeza de que está agindo eticamente, o que por sua vez, contribui para a fidelização do cliente, que reconhece a preocupação da indústria com a sua saúde e com a qualidade do produto.
Um aspecto relevante da rastreabilidade é que nos casos de haver não conformidades com o produto ou caso seja necessária a realização de um recall, se a empresa possuir ferramentas de rastreabilidade e de monitoramento, ela é capaz de identificar o problema e tomar ações mais rapidamente, economizando tempo, recursos financeiros e até mesmo evitando uma possível crise de imagem ou perda de credibilidade. Portanto, a indústria que utiliza esse mecanismo de forma planejada e organizada em seu processo de produção, certamente ganhará muitos benefícios.
Atividades desenvolvidas na área de rastreabilidade
Dentre os diversos trabalhos desenvolvidos na área pode-se destacar: o trabalho de umidade em grãos (milho, soja e café), apresentado no Congresso da AOAC nos Estados Unidos e em conferências nacionais organizadas pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); rastreabilidade em commodities, apresentado na conferência How to trace the origin food, na Europa, organizado pelo projeto Tracing Food Commodities in Europe (TRACE) e projetos com commodities e grãos visando a prevenção de micotoxinas, realizados através de parcerias com a Food Agricultural Organization (FAO), com o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) – organismo especializado da Organização de Estados Americanos (OEA) – e com o MAPA. Além disso, o trabalho desenvolvido para o café, que é monitorado desde a origem do produto, tem oferecido um valioso suporte técnico na elaboração das normas ISO 8455 e ISO/DIS 24115-2 para café verde beneficiado.