Postado em 10/06/2019 11:31:20
A pesquisadora Claire Sarantópoulos, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, foi a única representante de instituto de pesquisa dentre 14 especialistas de embalagens de diferentes continentes no júri da 31ª edição do The Packaging Innovation Awards, Prêmio Dow de Inovação em Embalagem. O corpo de jurados se reuniu no último mês em Houston, no Texas (EUA), para avaliar mais de 200 submissões válidas e o resultado será divulgado no terceiro trimestre no site oficial da premiação.
Composto por líderes na área de embalagem de diferentes disciplinas e continentes, em especial dos EUA, Europa, Ásia Pacífico e América Latina, o júri inclui representantes de empresas como Mintel, Henkel, P&G, GreenBlue, Amazon, Bemis, Packaging Europe, Huhtamaki e Mengniu. Além de Claire, jurada pela segunda vez na premiação, representaram o Brasil Gisela Schulzinger, presidente da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), e Aparecido Borghi, senior business manager de Packaging & Suplly Chain da Daymon Latin America Resource Centre.
Segundo a pesquisadora do Ital, que atua no Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), os brasileiros têm marcado presença com frequência no corpo de jurados representando a América Latina. “Participar do prêmio é um prestígio para todos nós, jurados e ganhadores. É um reconhecimento da importância do setor de embalagem brasileiro no cenário mundial”, avalia.
Por ser, dentre os jurados, uma especialista na interação da embalagem com alimentos e bebidas e nos requisitos da embalagem para proteção dessas categorias de produtos, Claire julgou questões de permeação de substâncias através da embalagem para os produtos e vice-versa e proteção do produto contra oxigênio, umidade e luz, dentre outros fatores externos.
“A embalagem determina a qualidade e a vida de vários produtos: ela não só porciona, mas faz com que alimentos e bebidas se conservem por mais tempo nas prateleiras. Assim, várias inovações em materiais podem afetar a estabilidade dos produtos, o que deve ser levado em consideração no julgamento”, explica.
A pesquisadora considera que os trabalhos evoluíram especialmente em relação ao item “embalagem responsável”. “No passado, o foco foi a redução de material, uma questão que foi absorvida, implantada de maneira generalizada: já é esperado fazer mais com menos e não tido como inovação. A grande ênfase da edição deste ano foi em reciclagem, em estruturas plásticas de monomaterial, mesmo que em múltiplas camadas, na incorporação de material reciclado pós-consumo – o que é diferente de aparas, materiais defeituosos e perdas na própria fábrica – e em possibilitar a utilização do descarte.”
Critérios
Ao longo de três dias, os jurados avaliaram as embalagens submetidas à premiação considerando três critérios: avanço tecnológico, embalagem responsável e experiência aprimorada do usuário. Aquelas que atenderam com excelência um dos critérios receberão o Prêmio Prata e aquelas excelentes em dois critérios terão o Prêmio Ouro. Já as embalagens que atingiram nível excelente em todos os critérios serão finalistas do Prêmio Diamante: apenas uma receberá tal reconhecimento.
O primeiro critério é atendido desde que preenchido pelo menos um dos seguintes requisitos: uso novo ou inteligente do material, nova integração de tecnologia e/ou rápido desenvolvimento e prototipagem, configuração e/ou montagem criativa e aumento de produtividade e/ou eficiência de distribuição.
O segundo, por sua vez, abrange os seguintes itens: uso responsável de materiais, consumo eficiente de energia limpa, redução do desperdício do produto e da embalagem e benefício ao bem maior. Enquanto o terceiro leva em consideração: atendimento completo das necessidades do usuário e/ou melhoria da experiência de consumo, auxílio no merchandising do produto e motivação de compra, maior acessibilidade e melhoria da equação preço/valor.