Por Jaqueline Harumi | Postado em 01/11/2023 15:05:51 | Atualizado em 24/01/2024 16:46:23
A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê população mundial superior a 9 bilhões de pessoas até 2050, o que exigiria 60% mais alimentos e 40% mais água. Considerando esse contexto visualizado há oito anos em busca de soluções coletivas, a vice-diretora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-Apta), Gisele Camargo, destacou o papel fundamental da tecnologia de alimentos durante palestra na 20ª edição do Mesa São Paulo, dedicada à cozinha disruptiva e criativa. Completou a participação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP no evento ação da Apta Regional com a chef Carla Keiko que ensinou feijoada e coquetéis com cogumelos frescos para estímulo à produção e comercialização estadual desses produtos.
Ambas as atividades ocorreram na última sexta-feira (27). Diretora de Programação de Pesquisa do Ital, Gisele apresentou tendências de pesquisa e inovação para ingredientes de alimentos no Congresso Mesa Tendências, frisando a importância do processamento para garantir a segurança e potencializar a nutrição humana, assim como a necessidade de valorização do trabalho em rede para produção de alimentos cada vez melhores e mais sustentáveis com ingredientes obtidos a partir da biodiversidade brasileira, sempre pensando em governança colaborativa em busca de resultados efetivos.
“Temos colaboração entre setores público e privado, ambientes de cooperação e compartilhamento de recursos e conhecimentos com otimização de competências para promover de fato soluções inovadoras”, ressaltou a pesquisadora, que também é gestora executiva da Plataforma Biotecnológica Integrada de Ingredientes Saudáveis (PBIS), Núcleo de Pesquisa Orientado a Problemas em SP (NPOP) liderado pelo Instituto e executado em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Além de apresentar as diversas possibilidades de inovação que já são realidade, como tecnologias limpas, biotecnologia, fermentação de precisão, big data, genômica, nutrição especializada, bioimpressão e cultura de células, Gisele detalhou como a PBIS e o recém-inaugurado Tropical Food Innovation Lab potencializam a expertise de 60 anos de história do Ital, celebrados em agosto deste ano. “A grande competência do Ital é conhecer muito o alimento, incluindo validação e escalonamento, lembrando que muitas novas tecnologias ainda são aplicadas em escalas menores”, lembrou.
Unindo os objetivos dos projetos Avaliação gastronômica de produtos agrícolas em desenvolvimento e Desenvolvimento da cadeia do cogumelo no Brasil, da Apta Regional, a chef e bartender Carla Keiko, coordenadora do curso Técnico em Gastronomia do Centro Paula Souza, ensinou o público presente a fazer feijoada e dois coquetéis com cogumelos no Mesa ao Vivo, ação feita em parceria com a Associação Nacional de Produtores de Cogumelos (ANPC) para uso desses produtos na culinária além de preparos mais convencionais como strogonoff e pratos orientais.
“Estamos preocupados não somente se produz bem e se é resistente a pragas e doenças, como também com a aceitação do consumidor, se o produto é gostoso. Colocamos na pesquisa esse olhar da gastronomia para o consumo e para questões culturais da alimentação”, esclareceu o diretor-geral da Apta Regional, Daniel Gomes, que mantém parceria com chefs do Centro Paula Souza desde 2015.
